AS LOUCURAS DO TEMPO

Sóbrio às loucuras habituais do tempo

Voam tanto, entoam canto

Nem o colibri-de-agulha sabe do manto que desnuda

Abre a mão na hora breve.

Tenho calos nas odisséias do passado

Sei das brumas, sei das mazelas

Tão quanto me embrenho nas favelas da vida

Na preciosidade de viver na ida.

Sem volta, há essência

Sem nota, hei de prosseguir

Não quero chegar a nenhum lugar

Mas, irei a todos.

Que me beijem, convolutos, os sais das manhãs

Que me fitem os descondensados golfinhos

As jubartes hão de me cumprimentar, ilesas

Quando a tarde cair; onde o dia assumir o porvir.

Nem sombra

Nem porquanto sobra

A apologia infernal

O termo, a lei, a nau...

Sabes...

Fico no canto aberto do quintal

- com vista para o mar; como azeitonas! –

E o copo repleto de lágrimas para nos servir no desjejum.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 10/03/2009
Código do texto: T1479187
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.