Pedaços de um lugar
Pedaços de um lugar
24 02 87 10h noite
As lágrimas sobram.
As tentativas sobram.
Muita agonia tenho esperado em vão.
Muita sombra suja o céu,
e então louco,
penso ter altura suficiente.
Impune sigo pelas ruas
dos cemitérios proibidos.
Estando à noite por sob postes sem luz
- oculto é o ser que me segue.
Mas a dourada aurora longe se acha,
e eu nunca esperei pelo nascer do sol,
pois ser o primeiro me oprime.
Tenho lembranças guardadas
e a crueldade do vendedor de jóias
se faz sentir + perto.
Mas tenho recordações
e o sol nunca se engana,
e minha sombra ele segue
pelas veredas estreitas da dor guardada.
E o tempo também guarda lembranças
e as engrenagens são doces e corruptas.
+ tarde, virão me chamar,
pois o milho de sol se vestiu
e espera por quem de direito...
... expresso agonia aqui,
da onde o sol esqueceu-me.
Um seco pranto.