Trêmulas horas

Trêmulas horas

Quem sabe eu tivesse apenas

- e tão somente –

esquecido?

Eu andaria tranqüilo

e sem o + leve remorso.

O que é sentar sob

uma bondosa laranjeira

e não necessitar nunca

- durante todo o instante –

que nos acordem para ir

para apenas ir?

Ir sem indagar ou recusar. Ir.

Abra a janela, minha donzela

linda e envenenada.

Quem sabe se chove agora,

quando corto seus cabelos?

É a loucura o que eu acordo

nesse instante.

Dela você foge, eu sei.

Como? De qual maneira

tão triste e complicada

tudo isso foi erguido?

Eu estou tão sozinho e desarmado.

Porque – ao menos – não sorri?

Não fala. Não ri, Não vê. Não quer.

César Piscis
Enviado por César Piscis em 20/03/2009
Código do texto: T1495684
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