Viagem ao interior de uma flor
Viagem ao interior de uma flor
22:45 de dia 25 de setembro 92 – frio!
Quando senti a primeira gota venenosa
pingando na pupila + cega que tenho
em minha cabeça, soube que forte
é ser único e desprezar isso
com toda a força possível!
E fui pra dentro dela,
da flor esquecida e esquisita
e que possuo em demasiada agonia.
E cores roxas/violetas tilintavam
à passagem de tão insólito
e perturbador viajante.
Canais de seiva doce cruzei;
Odores e espetadas senti.
A linha mestra me levou ao cérebro
da criatura bela e escondidamente cruel.
Resolvi dar-lhe logo um nome:
Sunday baby me pareceu
muito bem apropriado, desde que
o único possível propósito de tal nome
é dizer que eu escutava Dire Sraits.
Pois Sunday Baby deu um jeito
de expulsar-me de dentro de si.
E vomitou-me em meio
à um líquido púrpura e ácido.
E aqui estou eu, senhores:
Salvo, cego, solitário e sem saída...