De fósforos amarelos e águas claras
De fósforos amarelos e águas claras
VI IX CXII
O computador é mau, ele queima meus olhos.
- Então te afastes dele!
Não posso, é meu trabalho.
Com esse trabalho posso ir vivendo.
Compro cachaça,
que vai me diluindo o sangue.
- Então te afastes dela!
Não posso, ela me tira
momentos de angústia.
Ela bobeia e torna tudo
o que for preocupação
em coisa simples/tola.
As vezes, nesses momentos,
até apreço precisar do tal deus.
- Então te aproximes dele!
Não posso, já cuspi demais em sua face.
- Mas disseram que ele é bom e perdoa!
Mas deveria eu reconhecer
que preciso ser perdoado,
mas me acho muito ofendido
e que ele ainda me deve muito.
como sei que nunca me pagará
e que eu desculpas não pedirei,
de sexo drogas e rock´n´roll,
só desejo a mulher que me deixe
olhar no fundo de seus olhos...