amélia
amélia
20 de setembro de 1992
minha casa é uma rosaeira.
ao redor dela
passeiam os carneiros
que jantei no natal passado.
e de sua janela pode-se ver
o sol das margaridas
- que fugiram do meu convívio.
e quando noite meia é,
brotam rosas nas telhas.
nas paredes, os espinhos
são os mesmos de
dois séculos atrás.
havendo paciência,
aguarda-se a madrugada toda
e toda ela é vermelha e amarela
e, porque não, plenamente rosada.
ao amanhecer, como em
qualquer lugar da
austrália ao canadá,
- passando pela frança –
o sol leva tudo embora...