LAMENTOS D`ALMA!

COMENTÁRIOS: O meu poema (inédito) é um Lamento de uma Alma (ou espírito) sofrida pelos entreveros da vida hodierna onde, se dá mais valores nos Bens Materiais, sem dividi-los com os mais Carentes de Tudo! O “por que” da sua confecção é a tentativa de que, os Seres Humanos, se libertem da ganância e, distribuem a Sobra ao seu derredor! A composição poética é recente, todavia, se refere ao longo período em que nos omitimos de ajudar aos necessitados!

LAMENTOS D’ALMA

Às vezes fico a cismar

Com os olhos mareantes,

Pesquiso o éter a sonhar

Em lamentos constantes.

Procuro a felicidade

Nas dobras do infinito.

Perco-me na eternidade

Sem ecos do meu grito.

Ando em passos vacilantes

Pelas ondas da existência,

Quais embriagados errantes

Em patamares da incoerência.

Perambulo no sopé da fortuna

Igual estrume nutrindo à flor,

A miséria, a mim importuna,

Pela carência de rico pendor.

Navego na orla da vida

Em escaramuças da sorte:

Minha fé é dolorida...

Só terei valor na morte!

Vagueia minha alma sofrida

Entre os meandros da paixão

Com a fronte sempre erguida

Alimentada pelo coração.

Lamúria de minha alma ferida

Na injustiça da espoliação

Na longa estrada da vida

Em nichos de escuridão.

Lamenta o espírito a dor

Da visão da fortuna plena

Na surdez do ameno amor

Sem regalia da fé serena.

Reclama, ferida, minha alma,

Com a injusta discriminação

Nas veredas frias e calmas

Dos contornos da ilusão.

Lamenta minha triste alma

Entre as quimeras da vida,

Na onda do mar sem calma

Em oceanos sem guarida!

Soluça minha’ alma triste

Neste planeta de ilusões,

Frágil flor que existe

Pendente de mil perdões.

Em minha’ alma corre morna

A esperança da felicidade.

No mundo sou uma bigorna

A mercê da vil crueldade.

Com as lágrimas fluindo

Vejo as estrelas perenes

Quais diamantes sorrindo

Em almofadas solenes.

Sou um viandante solitário

Nas sendas do esquecimento,

Cuspido! Vou pra o calvário

Escarrado?... A todo o momento!

Na partilha dos benefícios

Fico nas margens soterrado,

A mim, sobram malefícios...

Vis restolhos dos Bens doados!

No limiar do pensamento

Outras vidas vislumbrei:

Esfarrapadas, sem alento,

Idênticas a mim, sem... Lei!

Sebastião Antônio Baracho.

conanbaracho@uol.com.br

Fone: (31) 3846-6195