COMO SE FORJA UM POETA?

Que importa se ao nascer do sol
ou vislumbrada à luz da lua.
De todos os artifícios prefiro a chuva, é a mais tentadora das tantas tentativas de se conseguir reverter em versos rimas as mais suaves ou calientes porções de poesia.
Haja desafio encontrado na mãe natureza
p'ra num toque mágico fazê-la surgir.
De tudo, uma certeza, hoje tornou-se excelente
companhia dando mais vida a minha vida.
Li certa vez num livro: "...como ser Gonçalves
sem ter os dias a dedicar a escrita de poesia?"
Tem de ir provocando, se insinuando e, depois quando provar do gosto, nada de voltar atrás, a regra é querer sempre mais e mais lançar-se sob as janelas da imaginação, mergulhar fundo na emoção, na batida do coração, na veia frágil das sensações, deixando-se levar todos os dias
que importa a hora, qualquer hora
deixe-se levar vezes, pelo passado
mire na direção certeira, o futuro
mesmo que ainda incerto embeba-o de presente;
mesmo que recheado de momentos cotidianos
se preferir mergulhe num universo fantasioso
das contadoras de histórias.
Descompromissadamente e, quando ocorrer
comprometa-se verdadeiramente de corpo e alma.
Estou me permitindo agora ver tudo de cima, de um mirante imaginário cheio de cenários, vezes alegres, vezes entristecida, mas inquestionavelmente viva!
Certamente muito a agradecer
jamais poderia escrever se algumas pessoas
não tivessem chegado de mansinho ao meu ser
sem contar aquelas que hoje seguem por trilhas minhas.

Gratificante mesmo é ver esse todo hoje aflorado
agora solidificado em algumas belíssimas Antologias.
Não é sonho... 
estou mesmo traçando linhas em forma de poesia!

DF, 07/04/2009