Neblina  do  Sentimento


Quando fecho as ingênuas  pupilas
tua imagem se  abre esplendorosa.
Te quero tanto, tanto... vem,
és deusa,  trigais  e  lençóis,
serena música das  esferas
surreal  sinfonia  de  bemóis.
Porém,  me  dói  confessar:
Te  odeio  porque  existes,
porque  estás  aqui  sem  sequer
colorir meus  dias pardacentos,
convidar  meu  coração  para a
última ceia de cumplicidade no amor.

Estendo  o  braço,  foco  o  olhar
e  ninguém, só o vazio insultante.
Abatido  e  frio  me  isolo.
Vivo  o  inquilino  perpétuo
no  cediço  colo  da   solidão,
se  já  não caibo  nem  nos restos
dessa  úmida  e  torpe  agonia.

No entanto,  me basta tênue flerte,
rósea  neblina  de  teu  sentimento
que me propicie  sóbriamente te amar,
e  o  "quebranto"   quebrar
mesmo por  um  momento...      aceito!


Direitos  autorais.       Respeite-os!

















jray
Enviado por jray em 08/04/2009
Reeditado em 30/04/2009
Código do texto: T1529601