Depois de ontem

Enquanto dobravam os sinos

A minha boca queria a tua

Meus olhos tentavam penetrar-te

E inquieto meu corpo comprimia-se

Foram momentos de tortura

Em que eu te ouvia falar

Que éramos mais que amigos...

Que havíamos queimado etapas...

E num silêncio que não me pertencia

Com minha’lma suplicando

Fui vendo distante tua imagem

Tenebroso pesadelo...

Em soluços e ainda muda

Começava a descortinar a verdade

Nunca antes escondida

De que apesar do meu querer

Não nos pertencíamos

Confesso que ali,

Quis eu ser o objeto

E que tu fosses o dono

Mas também ali percebi

Que toda a mágica

De meus sonhos

Esvaía-se em meio a um

Fumaceiro do real

Calaram-se os sinos

Eu continuei a querer-te

E ainda muda,

Entendi tua angústia...

O teu pesar

Quando a despedida nos fez estranhos

Pouco menos que conhecidos

Longe de sermos amantes

Dolorosamente caminhei...

Os pensamentos não cabiam juntos

E beirando um desatino

Que quase me faz voltar...

Segui em frente e chorei.

Tereza de Bezerra
Enviado por Tereza de Bezerra em 18/04/2009
Reeditado em 26/04/2009
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