Para nós mesmos
E seremos livres
Como numa asa-delta
Que sobe sem a preocupação de cair
Que se mostra no ar
E se renova a cada vôo.
E seremos felizes
Como um pássaro encantado
Que é feliz por ser
Que anda e que traz
Uma alegria e uma tristeza somente por aparecer.
E seremos fortes
Como aqueles que vão à guerra
Que se despedem, que vão pra longe.
Com um futuro incerto
Mas com a fiel esperança da volta.
E seremos perdoados
Pelas pessoas que nos afastamos e que nos eram especiais
Pelas vezes que não amamos, e que esquecemos.
Por aquele dia que acordamos tarde
Por aquele dia que acordamos cedo demais
E seremos vitoriosos
Pelas mágoas que recebermos e pelos presentes que demos
Pelas portas abertas e pelos travesseiros rasgados
Como se um dia fosse uma eternidade
E uma eternidade não fosse o suficiente
Para nós mesmos.