Venenosas damas da noite
Venenosas damas da noite
6/4/95
Essa bailarina
que entrou em minha sala
numa hora imprópria,
dança toda calada, e perturba
indiferente, o meu sossego aparente
de Senhor Computador
com tempos de despertador.
Bailarina com pezinhos nas asas.
Mágicos deslizes na madrugada
da minha cidade italianizada.
Frágeis batimentos
do seu corpinho fazem-na flanar
e rumar de encontro
à lâmpada incandescente.
Que tola você é...
[ poxa, você fala comigo
e eu não noto sua presença.
os anos amontoam-se
feito porcos no chiqueiro
e o feitiço de achar tudo tão lindo
desliza (também) pra o ralo da indiferença ]