SAUDADE, dor

Meu coração dói de saudades, uma dor profunda, um real inexistente. A saudade não cuida de mim agora, ela me busca no passado, reinventa. Eu olho meu amanhã com esperança, mas fico a imaginar se meu hoje será motivo de uma dor tão intensa, porque saudade é dor que se faz agora, é lembrança amarga mesmo que doce à memória. A saudade não brinca de transigir, não finge entender, se não é hipócrita, também não é amiga e confidente, expõe a fraqueza e toca na ferida, explicita um quadro velho na parede. Eu quero sim a saudade, porque tenho passado que me alimenta, que me põe de frente a verdade e não me esconde o meu medo, mas quero uma saudade, as vezes ausente, quando, por acaso, tiver que buscar um motivo diferente, para lá na frente, outra saudade se mostrar presente.