A CADA DIA DAS MÃES...

As mães não deveriam envelhecer jamais... Deveriam permanecer sempre jovens, para que pudéssemos olhá-las, em qualquer fase das nossas vidas, do mesmo jeito que olhávamos para elas, quando éramos apenas crianças.

Talvez isto também trouxesse à tona a melhor parte de cada ser humano. E se fosse assim com toda a gente, o mundo seria, com certeza, um lugar bem melhor para qualquer pessoa estar.

Nós, sim, é que deveríamos envelhecer e passar por elas, na contagem do tempo. Pois, deste modo, quando começássemos a nos sentir mais temerosos e tateantes, na reta final de nossas vidas, teríamos aquela mãe outra vez, a cuidar de nós e a nos proteger.

Deve ser por isto que as pessoas mais idosas parecem tão mais inseguras do que a mais insegura das crianças: é que, ao contrário dos primeiros anos de vida, elas já não têm mais a sua mãe para ampará-las, no momento em que o seu próprio corpo já não dá conta de si.

As mães deveriam ser eternas... No entanto, se as mães fossem eternamente jovens, deixaria de existir o ciclo natural da vida — que preserva e renova a espécie humana — e que é a concepção mais primorosa do Criador.

Então, quando Deus leva algumas mães cedo demais, deixando os seus filhos tristes e saudosos, também lhes deixa a compensação de uma lembrança: a lembrança daquela mãe, ainda jovem, que jamais haverá de envelhecer com o passar do tempo.

Mesmo quando todos os seus filhos já forem mais velhos do que ela era, no momento em que se despediu deles. E esta é a mais consoladora lembrança que eu consigo ter, a cada Dia das Mães...

(*) Para Claudia, Fernando e Suzana, meus irmãos.