Prosa Carregada de Segredo

Prosa, amiga vulgar.

Carregada de mesmices

Bem na alça do calcanhar.

Segredos, rabugices, despautérios.

Imatura irmã dos tempos.

Prosa de silêncio

Calejado em linha torpe

E entorpecida,

Destorcida, espremida...

Prosa tímida

Intimidada entre os seios das mãos;

Ressequida pela fome das letras,

Instilando o veneno no papel,

Parafraseando meus dissabores,

Acalentando meu desacato,

Meu borrão e minha história

Que nunca será nossa,

Nem minha e nem tua.

Beijo ao sabor da lua

Pra dar a luta por vencida

E dar à prosa minha vida.

Bento Verissimo
Enviado por Bento Verissimo em 11/05/2009
Código do texto: T1587040
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