DEUS?

Janto veias minhas no âmago deste inconstante ser

Peço-lhes a não as pregar na areia, nem pelo direito,

nem com aquele jeitinho.

Já não há tanta mágoa; só o ranço inda não lavado

Meu modos rugem, rotos, desparceirados e vis

Não sou gentil com a aragem que me rouba o sorriso.

Mantenho o dulcíssimo vezo de perseguir

Se há arestas renitentes, o que me seria sem elas?

São valorosas; caem com o astro, ao pôr da virgem.

Ora,

Se movo tomos e pistilos a fecundar moléstias

Por que não haverei de ter com Deus?

Apenas a despistar, só a o iniciar nos versos.

Sem as sépalas que inda rogo nas manhãs

Verterei dentro da botelha emborcada, o néctar dourado

O apocalíptico respiro duma ferrugem mal curada.

Se, por hora, cresse, piamente, na existência do invisível

Que não me é debuxo e nem escola

Que me maltrata tanto e eu nem escuto

O que haveria de apagar?

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 13/05/2009
Reeditado em 13/05/2009
Código do texto: T1591512
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