O TOQUE DA CHUVA (Aldo Costa)

Estava na aula ouvindo ao professor,

quando uma grande janela aberta

com vista para a vastidão verde de árvores frondosas,

me chamou atenção.

Não havia só árvores;

não estavam sozinhas, desprotegidas, abandonadas...

A chuva que naquele momento caía,

as tocava de forma tão pausada,

que parecia a formação de composição pictórica:

gota a gota, formando sobre elas um manto protetor,

revestindo-as e dando-lhes um novo brilho,

mais vivo e mais aveludado.

Este é o toque da chuva, que se assemelha o teu,

pois, quando me tocas com teus dedos de gostas ardentes,

acendes a chama que outrora apagada estava dentro de mim

e que agora por ti, somente por ti, elabora alta e voraz,

ao senti-lo apenas aproximar-se!

Que pena, a chuva ficou muito forte,

a ponto de forçar-me a fechar a janela,

para que não molhasse toda a sala.

Perdi aquela linda e maravilhosa visão,

mas fiquei na nostalgia,

mantendo-a na minha memória,fresca como uma tela

que havia sido pintada muito recentemente...

Assim te mantenho em minh’alma,

mesmo que não te veja,você está ali,

fresco e intenso!

Tanto que, ás vezes, posso até te ouvir,

como apesar de não vela, ouço a forte chuva lá fora cair!

Aldo Costa, em 26/10/2004

Meu professor-colega, amigo querido e poeta,

Eu te disse o quanto adorei tua prosa poética e, o quanto venero a

chuva e as sensações que ela me traz. Quero dizer que também te adoro e te admiro muito, pelo profissional e, sobretudo, pela pessoa maravilhosa que és. Sinto-me honrada em ter em minha página, a tua poesia e em teu coração, um cantinho para sorrir. Um grande beijo em tua alma!

*** Como sei que gostas de água, te dedico esse versinhos. ***

Contemplação

Enquanto olho a imensidão do mar,

Suas águas a inundarem minha alma...

Mergulho em minhas profundezas,

Contemplo um oceano de incertezas.

Observo o céu com seu manto azul,

Imerso nas águas cristalinas.

Trago à memória sonhos de menina,

Inquieto-me diante de minha sina.

A vida caminha sobre as ondas,

Enquanto estou nas sombras das pedras.

Diante do mar, parte de mim avança.

E a outra parte apenas navega.

Ah! Essa contemplação...

De mim, do mar...

Águas rolam e eu nem sei explicar!

Sou o coração da alma a meditar...

Ivone Alves SOL

Publicado no Recanto das Letras em 04/11/2008

Código do texto: T1264676

P.S. Chove muito aqui nesse momento.