Por ruas nuas em noite sem lua
Vaga sem rumo uma sombra
Já perdeu o prumo e assombra
Pois não sobra mais nada
Nada em águas imaginárias
Flutua por ruas nuas em noite sem lua
Uma vida ordinária em desordem
Não acordem os pássaros nos arvoredos
Porque temos medo do seu cantar
Andar e mandar no seu destino
Feito menino que se perdeu da mãe
Lhe negam os pães que o outro amassou
Desconhece a força do amor
O afago e se afoga num copo de veneno
Um coração pequeno, caminha sereno
Não se importa para onde vai
Ri feito menino que enganou o pai
E sai sem rumo, a alma flutua
Mesmo entre dores, a vida continua
Não quer conforto, pois sente-se morto
E senta-se na beira do porto a ver navios
Que vão para além do horizonte frio
Finge ao universo que a vida é sua
E segue sua trilha, estrela que não brilha
Por ruas nuas em noite sem lua





   
"Psiu!!!!! Por favor, façam silêncio, pois meu coração dormiu..."