TRAGICOMÉDIA
NALDOVELHO
Estreitas passagens impedem a viagem, retardam o regresso do pecador, confesso, que envolto em chamas busca e clama pela misericórdia do perdão. Promete reformas, se empenha e ora e diz que agora vai ser diferente.
Enroscada num canto a serpente observa, sibila satisfeita, sorri de prazer. É muito o veneno que ainda existe em seu ser.
A platéia entretida assiste ao espetáculo, querubins pervertidos, excitados pedem bis. Estranho personagem que em insólita viagem, rasteja pelo palco, comete bobagens, embriaga-se do veneno, interpreta um selvagem e iludido pelo aplauso se diz um aprendiz.
Na coxia, excitado, um arcanjo safado ri do infeliz.
São muitas as teias, são muitos os dramas, coadjuvantes reclamam melhor papel nessa trama e revoltosos proclamam o fim do espetáculo. A platéia silencia, não entende o enredo, não percebe que a morte é a grande atriz.
E o nosso personagem sai às pressas do teatro, vai a busca de um outro palco onde possa ser feliz.
NALDOVELHO
Estreitas passagens impedem a viagem, retardam o regresso do pecador, confesso, que envolto em chamas busca e clama pela misericórdia do perdão. Promete reformas, se empenha e ora e diz que agora vai ser diferente.
Enroscada num canto a serpente observa, sibila satisfeita, sorri de prazer. É muito o veneno que ainda existe em seu ser.
A platéia entretida assiste ao espetáculo, querubins pervertidos, excitados pedem bis. Estranho personagem que em insólita viagem, rasteja pelo palco, comete bobagens, embriaga-se do veneno, interpreta um selvagem e iludido pelo aplauso se diz um aprendiz.
Na coxia, excitado, um arcanjo safado ri do infeliz.
São muitas as teias, são muitos os dramas, coadjuvantes reclamam melhor papel nessa trama e revoltosos proclamam o fim do espetáculo. A platéia silencia, não entende o enredo, não percebe que a morte é a grande atriz.
E o nosso personagem sai às pressas do teatro, vai a busca de um outro palco onde possa ser feliz.