MEDO

Sendo assim, brindemos!

- as corujas rindo à frente do espelho -

Só a macacada escutou o obcônico e o seu dobrar.

Mais sede, mais saúde, mais mar

E um vezo incólume por tentar

Desligar a chave geral e amar.

Ao alarde indócil do tempo, versejar

Às dunas, às corizas e às mazelas ao vento

- casto poder inconstante e inanimado –

Ser!

Respirar profundamente!

Sugar tudo:

O resto, o elefante e o semblante mudo.

Só o mais rotundo símio se pôs a falar

- proferia vagarosa e estonteantemente –

Enquanto meus olhos custaram favas a acreditar

Que aquele rugido amainado pela febre era pejo...

Ao quebrar a esquina, os tentáculos amadureceram.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 25/05/2009
Código do texto: T1613892
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