A contento

Não se zangue

Se nas poucas palavras que escrevo

Não estou rimando meus versos.

Talvez você não consiga ver.

Assim o céu é diferente do mar,

E se combinam.

Unem-se em invisível ponte;

Rimam-se no horizonte.

Não estranhe

Se não dou ritmo ao que escrevo.

Eu tenho motivos diversos.

Preocupo em me fazer entender.

Ouça as ondas tentando falar.

Elas ensinam.

Seguem em constante luta;

Riem de nossa disputa.

Olhe, amor:

As vagas, ondulando, fazem vir ao pensamento

A imagem de seu rosto numa doce ilusão.

A sorte, do meu lado, pode agir ao meu contento,

Fazendo que eu desperte, no seu peito, uma paixão.

Não se zangue, nem estranhe...