Quem eu sou...

Sou denso ou leve de sentimentos, conheço portas, caminhos... Já experimentei a loucura na forma pura ou dura, a lágrima da solidão, a dor da decepção, a alegria da ilusão... Já conheci a felicidade e descobri que era mentira, já menti pra mim mesmo pra esconder que estava triste... Já fui feliz, mas descobri que desse sentimento eu era ainda um mero aprendiz... Eu sou poeta, homem, humano... Portanto erro, mas me corrijo e me aflijo quando não encontro nas pessoas o perdão... Esqueço... Fica pra trás... Amor pra mim é fazer feliz... Perdoar, dar, seguir em frente, entregar sem medos, todos os meus melhores sentimentos... Não temo a morte, um dia ela vai estar aqui e o que eu posso fazer? Nada... O que eu posso é viver! Viver bem! Sou quem conhece o arrependimento alheio... Eu avisei... Hoje eu não tenho nada com quem sente ódio injusto de mim... É problema dessas pessoas... Eu não vivo tampouco ajo à toa... Já passei dias tentando me matar... Passei noites tentando amar... Passei longos momentos, intensos instantes tentando mudar... Consegui! Um pouco ao menos... Já senti o frio de uma doença que afirmava que ia me matar... Senti o calor de uma mulher dizendo que pra sempre ia me amar... Depois senti o inverso, escrevi versos, passos, consegui me libertar... Pra prender minha alma de novo... Ela, minha alma adora estar presa... Não fique surpresa... Ah, você ficou... Desculpe, mas não sei o que acontece, Deus não me esquece e me dá chances porque tenho muitas dívidas com Ele e Ele prefere que eu pague pelo salário que escolhi receber... O salário do amor... Não esse amor comum! Não sou comum... Amor que busca, luta, implora, ajoelha, chora... Mas assim pago Ele... E recebo novo salário quando estou quite com Ele... Salário dessa moeda preciosa chamada Amor... Com nome, sobrenome e principalmente com índole boa... Luciana... Amor que não me veio à toa... Trabalhei muito pra receber esse salário chamado docemente de Lu... Amei e fui enganado, traído, ferido, humilhado, esquecido... Mas paguei tudo! Fui esquecido? Nem tanto... Entre meus defeitos está o amor-próprio talvez exagerado... Passei anos reconstruindo esse meu castelo chamado amor-próprio... Tive ajuda! De amigos de verdade, de amores dedicados, mas foram poucos, bem poucos... Mas tive ajuda! Ajuda de amores que me trouxeram frias, insuportáveis dores... Ah, como com essas aprendi e construí! Meu castelo não é só amor-próprio... Aprendi a construí-lo também com amor, com suor, com lágrimas... Assim ele hoje tem paredes fortes, janelas arejadas onde a coragem de amar flui levemente sempre... Nas noites nele a luz transporta e carrega paz... No recôndito de um quarto uma deusa vem pra me deixar do seu amor, dado com carinho, olhar, perfume, flor... Sou esse... Quem tem tudo porque não quer muito, porque sabe que sou pouco e meu pouco é muito... Louco? Sou... Sou louco a ponto de vaguear madrugadas com a esperança numa rosa... Sou louco de saber que dessa rosa sobrou os espinhos... Mas não na minha carne, meu sangue não escorre deles... Sou louco de abandonar anos com alguém em troca de nada... Sou louco de acreditar que não sou louco... Por muito pouco vocês perdem... Eu ganho! Tenho lar, família, Luciana! Tenho a certeza de que sempre fiz tudo por vocês... Até lhes disse educado, adeus! Meus bons sentimentos por vocês serão sempre seus! Vocês os guardarão na sua memória e acreditem... Por mais que evitem um bem jamais se apaga... E eu sei o que fiz! Você sabe o que diz! Pena que mente, não sente! Mas eu não me importo depois que meu espírito acredita que já fez a sua parte... Então saio silente, num poema, numa arte que me flui através de uma caneta e uma folha de papel... Peço ajuda ao céu e meu anjo da guarda me ajuda a arrumar a mudança... Meu coração se muda, antes faz até faxina e quando chega à esquina sequer olha para trás... Meu coração é forte, é capaz! Mal viro a esquina, correm atrás de mim delas arrependimento em meio a ofensas... Pretensas... Cada oportunidade que lhes foi dada lhes será cobrada... Traição é um punhal que eu não quero na minha mão! Trair é mentir, enganar, não perdoar, mal desejar, ferir, desprezar, humilhar, julgar, condenar, destruir quem te ama... Para os fortes como eu que moram em castelos de sentimentos, passa... Cessa...

Enfim... Chegou o fim... Esse sou eu! Preciso ir... A Luciana está aqui... Vai continuar... Como ela eu nunca vi... Quanta capacidade de simplesmente amar! Bela, poderosa, singela, glamorosa! Cada rosa agora será dela! Cada beijo, abraço, olhar, corpo, sentimento é dela... Porque tudo que dou a ela, ela me devolve... Devolve maior, mais, melhor... Quem diria não? Nunca duvidem de mim... Eu disse isso antes de lhes dizer fim... Bem, esse sou eu...

Um homem feliz, que tem mãe, tem raiz! Um homem que tem a Luciana, um homem que não se engana! Um homem que comete erros e deles eu já fiz todos os enterros! Um homem que acerta! Que escreve poemas nos jornais... Que não desiste nunca, jamais...

Sandro La Luna
Enviado por Sandro La Luna em 27/05/2009
Código do texto: T1617524
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