adeus
adeus
2 de fevereiro de 89
sei que há uma explosão
sei que os bichos a tudo devoram
de uma forma lenta
e para depois violenta
há areia no ar que respiras
quando feliz vagas pelo deserto
que teus companheiros chamam noite
é invisível o teu sofrimento
e estou aqui – sem sentir nada –
a lamentar-me
pobre e sem a menor esperança
- esperança para mim –
taça de cristal que se espatifa
e lança o perfume da derrota
ao meu redor
é hoje que te chamo
para fugires da água podre
não mistures o orvalho