adeus

adeus

2 de fevereiro de 89

sei que há uma explosão

sei que os bichos a tudo devoram

de uma forma lenta

e para depois violenta

há areia no ar que respiras

quando feliz vagas pelo deserto

que teus companheiros chamam noite

é invisível o teu sofrimento

e estou aqui – sem sentir nada –

a lamentar-me

pobre e sem a menor esperança

- esperança para mim –

taça de cristal que se espatifa

e lança o perfume da derrota

ao meu redor

é hoje que te chamo

para fugires da água podre

não mistures o orvalho

César Piscis
Enviado por César Piscis em 31/05/2009
Reeditado em 03/06/2009
Código do texto: T1624523
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