Sentado numa cadeira...
Sentado numa cadeira
sua forma sensível
sua pele clara
seus olhos de quem quer me surpreender
Apetitosos seus lábios rosados
Parado, mais uma revolução em seu corpo, em seu coração
seu íntimo completo e falto de senso,
sem meio, sem saber o que dizer
Pernas embaraçadas como sua vida, fútil e vulgar
Discretos, seus olhos me olham
Insciente do que poderia ocorrer.
Minha penúria, escassez absoluta sobre minha face meus
olhos no meu íntimo, sem o porquê te olho
Seus olhos inquietos, incomuns, retribuem aos meus olhos
castanhos escuros.
Seus olhos inexplicáveis, incompreensíveis, sei que lá no
fundo existe dignidade, nobreza no seu peito.
Somos contrários, inabituais, obstinados em uma só
função: não queremos algo momentâneo.
Seus olhos me olham, ileso, puro,
insuspeito, inoportuno, incorrupto.
Inconvenientemente olho os teus olhos
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Autoria: Tamyres