Decisão secreta I
Decisão secreta I
1987
Digam-me, pessoas,
que eu já estou louco.
Sei da impossibilidade minha
de prosseguir de outra forma
que não essa.
Mas é demais
que os telhados apodreçam
e que sem aviso,
flutuem acima de minhas aspirações.
Tenho lenha pra muitas fogueiras.
Sim, tenho.
Mas como incendiar
as madeiras de cerne tão atraente?
“Venha! Venha, cachorrinho!”
grita uma florzinha do bosque,
enquanto um velho e aborrecido cipó
observa a cena.
Tu que ris, diga quem sou.