**Soprando brasas**
O entardecer...
Mergulha na invernia
Soprando as brasas do fogão!
Distendendo as teias da poesia
À luz difusa de um lampião!
Ao emendar-se com a noite,
em seus propósitos ditosos...
os inigualáveis atos corriqueiros
Rendem um tempo prazeroso!
Desnudando a inspiração...
O sossego é o convidado!
Gestos caros, prestimosos
E um piá de olhinhos curiosos,
Exercitando sua astúcia!
Circula no avarandado
Sumido num pijama de pelúcia
De seu deleite é a hora!
Recendendo a sabonete
Vai pro colo sem demora!
Do pai galga os joelhos
Demonstra ser bom ginete
E o sono cavalga em pêlo!
Num ninar e bons conselhos!
E assim a noite manhosa...
Corre por conta do zelo
Num colo macio e prosa
***
Foram esses legados dum cotidiano
Editados em noites de invernia
Encorpados com minuano...
Que vestiram de sonhos os meus dias!
***
05/06/2009