POR NÃO TER O QUE DIZER...

 
Venhas...

Ando cansada de tanto desencontro
E das muitas batalhas perdidas de antemão!
Necessito reerguer-me desse maculado chão
Onde poeira e solidão são tudo que encontro!
 
O meu amar a ti não ofertarei de pronto
Pois, carrego as marcas da inútil sofreguidão!
A intensidade fez-se sinônimo de desolação
Na minh’alma cerzida em busca e desencanto!
 
Corro... corro... e a voz sussurra lamentoso canto:
Que faço da vida contida na mente e na palma da mão?
Se desejosa de luz mergulho, sem controle, na escuridão
Sendo a loucura a causa de afastamento e espanto?
 
Repousa os lábios sobre o copioso e quente pranto...
Abdico de lutar contra a tua envolvente mansidão
Fui senhora e - no agora - sou quem clama por libertação
Sacia-me então, da fome de prazer, ternura e encanto!
 
Enfim, te peço:
Apenas venhas...