ORGIA NO PLENÁRIO

Evaldo da Veiga


Amalucou só um tantinho,
em breve momento,
e logo queria outra cena em outro cenário,
e um novo orçamento.
Tentou tirar a calcinha pela cabeça,
até que lembrou que tinha pernas e deputados,
e repórteres de olho no momento.

Desatinou de vez,
mas também por breve instante,
até ser informada, que ainda
naquele ano,  haveria novas eleições ,
no mesmo clima de Deputação,
safadeza  e suas manobras de sempre...

Não percebeu que tinha platéia,
e de tão excitada tentou, várias vezes,
com insucessos repetidos,
vestir a calcinha logo na borda da sessão.

Nem percebeu que gente olhava
torcendo por um resultado bem positivo,
de um DNA descomprometido,
da Câmara ou do Senado,
"do não sei " do "não vi" e do "fico calado",
e sim, Xadrez nela,  Delegado.

Viu falecer suas ambições
quando o homem do rabecão levou papéis,
computador e votos, lá pra onde não tem
endereço, e se perdeu na confusão 
sem seu nome no listão.

Ninguém vai querer o seu lugar
sairá da folha de pagamento e do mensalão,
e vai curtir um balneário de areia,
Urubus vigiando,
saudade e solidão, aguardando a chegada,
de uma improvável  eleição (???).

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