Les Grosses Pomes
Les Grosses Pomes
20 de maio, 1993
Tutti frutti de arte.
Imagens no liquidificador
- os segredos de Cazuza.
Girassóis e lírios de Gogh
+ as maçãs de Cézane.
Assim, muito dólar. Ouro. Ouro!
Arte, solene prostituta
da nossa moderna sociedade civilizada.
Falo desse arte/escrava
que seduz o orgulho megalomaníaco
de quem gasta milhões
como se comprasse um sorvete.
Bom, que importa dinheiro?
Dinheiro não é nada mesmo.
Um pobre fedorento, ou
um rico apodrecido tem o mesmo
brilho no olhar quando
a moedinha dourada brilha
ao lindo poente do mês de agosto.
Brilha o teu olhar e o meu.
Dinheiro.
É só uma ilusão de segurança.
Posso ter os girassóis de Gogh
por uns míseros tostões
- se tiver sorte, recorto-os
de uma revista.
Terei os lírios e os pomos.
Quanto perderão de sua beleza
por serem apenas uma cópia?
Puta que nos pariu!
Onde está um bom remédio
para enterrar esse ego
que pensa tudo saber/conhecer?
As Grossas Maçãs
custam o valor de quem as plantou
E regou e colheu.
E um quadro tem também seu valor.
Quanto?
Ora, ora, pinte um...
* Les grosse pomes: quando de Paul Cezane.