Aparente calma do silêncio

Sandra M. Julio

Cala teu orgulho e ouve a voz do meu coração...

Não percebes que transcendo todas as razões e na loucura ancoro palavras que jamais beijaram meus lábios.

Saudosos, meus desejos seguem solitários, ao lado dos teus...

O idioma das tuas digitais já não traduz os sons da minha pele, nem a necessidade que minh’alma carente, tem da tua.

Tuas palavras desconhecem o som dos meus desejos e teus braços não mais abraçam as necessidades deste sonho.

Intangíveis são os silêncios que permeiam nossas vidas, hoje repletas de atos cruéis e sem destino certo.

Ancora tua mágoa, veste o presente de compreensão e carinho, desata os nós do caminho e tece nossa história de amor e verdade.

Não quero a placidez de mentiras ou a aparente calma do silêncio.

Conheces todas as minhas verdades, porém caminhas entre profanos disfarces perdidos em noite de preces...

Pronuncias desejos vãos ao meu pálido e desassossegado coração... Tolo ele não é, e farto da tua incompreensão pode partir por intangíveis treitas, na palidez da noite...

Neste abismo ainda tateio diálogos, pois a opacidade do espelho ainda reflete um tempo de bonança e confissões... Ou quem sabe são elas pobres imagens de um sonho já perdido num esgotado tempo de espera.

Sandra

07/10/08

Sandra M Julio
Enviado por Sandra M Julio em 22/06/2009
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