Deixe-me dormir em paz

Na mesa de centro da minha sala, uma cigarreira com quinze cigarros, a solidão por mais uma vez me acompanha, sento em minha poltrona, acendo um cigarro, TV não tenho,basta minha tristeza. Uma ideia me vem a mente, busco meu caderno, a solidão novamente me inspira, penso comigo mesmo, porque as pessoas se dispõem a ler a tristeza alheia? Uma musica em baixo tom me desconcentra, por mais uma vez meu radio amigo ficou ligado. Já passa das duas da manhã, outro cigarro se põe em brasa, paro, reflito sobre meu dia cheio de rostos familiares, por um instante me perco em meu texto, mas não me importo, antes de dormir terei outra ideia. Numa noite em que o vento frio bate a porta dos fundos, em que não se ouve um latido nas ruas, a vizinhança quieta e sombria, me força a mais uma vez ir dormir sem poder ao menos me incomodar com o som alto e ensurdecedor de uma festa. Solidão terrível que me assombra, deixe-me dormir em paz.

besouro
Enviado por besouro em 29/06/2009
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