Eu

A beleza de escrever, nem é o fato de escrever, mas o fato de você escrever tudo aquilo que existe em você, uma explosão de dimensões, um exorcismo, talvez uma luta entre você e você, escrever é uma arte sem dono, sem regras, sem mínima noção, escrever todos escrevem, Escrever poucos escrevem, olhar sua mesa vazia, seus cigarros apagados na metade, seu vinho estragado, pensar que tudo aquilo são prazeres efêmeros, ao qual iludem você a um prazer maior, escrever também é efêmero, também vicia, mas letras te transformam num poeta, seus olhos deixam de ver e começam a ver detalhes inexistentes, não sei ao bem o que fez eu escrever, mas o fato de você olhar pro céu e ver o azul infinito e dele você puder viajar por todo mundo, ver o céu com olhos diferentes, com os olhos de poeta, ver os pássaros metálicos carregando todas aquelas pessoas em cima das suas costas, eu ver tudo aquilo, até mesmo o que não vejo, sou um poeta amante da noite, amante da escuridão ao qual me inspira as mais belas poesias, me inspira as mais belas mulheres, a noite com seu calvário e sua lua que ilumina as musas que desfilam pelas ruas transbordando sua beleza constante, sei que sou poeta e quero morrer assim, iludido que um mundo é paraíso, sonhando e acreditando nos céus, sorrindo e mentindo sobre tudo que existe