Hidratando a pele

Sai do banho. Nua. Em gotas d’água na pele. Banhara com sabonete íntimo e está relaxada, perfumada; sente-se bem. Uma sensação de frescor de cútis de menina a envolve. O olhar busca a cama no centro do quarto.

Caminha descalça até lá. Delicadamente. Sem pressa. Nas mãos um óleo hidratante. Ergue a perna direita, posiciona a ponta do pé na cama e com o líquido perfumado na palma da mão esquerda inicia o processo de carinho na pele.

Olha o pé. Delicado. Suave, como a ternura de um amante, a sola do pé recebe um carinho especial. Massageia. Como se quisesse tirar as dores da alma e do corpo após um dia de trabalho. Os dedos quase se veem beijados pelas mãos dela. Um a um os pés sentem-se amados. Visualiza a panturrilha.

A pele branca, sedosa, macia, sendo tocada; adquirindo a agradável sensação de bem-estar. Sabe-se bela. Olha-se ao espelho na parede central a sua frente. O corpo é sensível ao toque. Uma leveza n’alma a envolve. Desliza a mão sobre a perna até a altura dos joelhos. Circunda-o. Vê o reflexo de uma mulher madura: sensual, delicada, meiga, o corpo nu. Desejando ser acariciada.

A perna estava já quente, entregue ao toque. Os pelos eriçam ao perfume, aos carinhos das mãos. Usa as duas. O óleo na cama. Aguardando o uso. As mãos sobem. Encontram a região da virilha. Arrepia-se. Faz círculos, semicírculos. Quer o toque de um homem. Ele. O amado. Olha-se. Uma mulher em vida; sedosa, macia, hidratada, pedindo uma carícia de amor.

Põe o dedo no umbigo. É quase um estupro. Não costuma colocar o dedo no orifício. Algo anormal a invade. Talvez seja o espelho. É um ser se descobrindo, se conhecendo. Faz um deslizamento no sentido horário em volta dele. No restante da região, os movimentos circulares são de 360°. Contrai-se. Uma selvagem mulher mora nela. Uma insaciável fêmea por afabilidades.

Altera a perna. Está excitada. Todo o caminho é feito com o mesmo agrado. Olhando-se. Deixando o aroma entrar nos poros. Correr pela carne. Criar uma espécie de prazer no corpo, como se fora ele a passar o óleo em sua pele, deixando fogo no percurso, incendiando-a; fazendo-a única no mundo na hora do amor.

Os seios se movimentando; brigando por seus direitos. Rodeia as mamas. Eriçam-se os bicos. O formato dos mamões admirados ao espelho. Vira-se de frente. Há no olhar dela uma provocação. Caminha pelo quarto. Está em tesão na pele.

Hidratada é uma gata selvagem. Quer miar para a lua que se aproxima de sua janela. Falar dos sentidos. Do prazer de ser uma mulher. De sentir-se bela. Quer um beijo do vento. Um luar na carne. Como um banho de luz. Suspira.

Pensa nele. Virá logo mais. Hoje é sábado. Dia dos amantes que trabalham a semana. Enrola-se na toalha e deixa o óleo em cima da cama. Ele é profissional em hidratar o restante do corpo. Mas as mãos dele são o melhor toque. Espera com um sorriso faceiro nos lábios.

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 04/07/2009
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