Atalhos de Felicidade

" O inevitável é por vezes um caminho de felicidade que seguimos e sabemos inadvertidamente que é um beco-sem-saída. Seguimo-lo porque queremos o imediatismo. Não somos capazes de adiar os momentos meramente passageiros que trafegam pelas nossas vidas. Mesmo que no final da estrada tenhamos que pegar o longo caminho inverso, pisando nas pegadas que deixamos para trás. E molhando-as de lágrimas regressamos pelos mesmo trajeto que julgávamos que outrora formos felizes. E Juramos que nunca mais vamos pegar atalhos perversos de felicidade que em nada nos acrescentam no final, senão a dor da experiência vivida. Porque viver, é ir à procura pelo desespero das emoções e são elas que verdadeiramente contam. Mesmo que no nosso íntimo saibámos que essas mesmas emoções vividas possam por ventura ser transmutadas para uma vil desilusão, isso não importa no nosso íntimo. Queremos porque queremos viver pra lá da racionalidade. Ambicionamos a felicidade tanto que ignoramos todos os contornos, desprezamos as evidências, e rebustecemo-nos de mil esperanças.

Sonhar e vivenciar utopias são o leme que impulsiona o barco da vida. E é nele é que nos abastecemos esperançosos.

Porque assim é a vida, e assim e faz-se o viver. Ao sabor dos inadiáveis sentidos."