INSTANTÂNEOS DE SENSAÇÕES

Em atuação estática, plástica e imóvel, busco a necessária revelação de minha fotografia interna. O ambiente é minha pele fria, “moldura” desse grande painel da minha errante condição humana. Quero apreender o inapreensível! Utopia? Papel e vidro enquanto mecanismos de captação da fragilidade da alma humana, são facilmente deterioráveis... mas o meu olhar atravessa a superfície e assim me personifico no objeto desejado... ah!

Para sempre em minha memória... que não é vidro e assim não se pode quebrar; que não é papel e assim não se pode amarelar nem diluir-se.

Lembranças e desejos, essa é minha vida em evasão. Busco a perenidade das coisas! Mas num clarão de “lucidez”, percebo angustiada que tudo é quebradiço e efêmero... rarefeito! Tento plasmar o opaco de minha existência em clara fotografia interna, e atravessar os anos... e só amarelar e me desfazer ao fim da minha vida.

Quem poderá dizer o exato momento que nos leva do encanto ao desencantamento, como o flash de uma máquina fotográfica? O que pode nos transportar de um simples desejo a realização efetiva de um sonho íntimo?