QUE FAZES TU?

Negas as palavras à tua boca

E o paladar aguçado ao teu sabor

Transgride tua alma covardemente

Com a submissão miserável do teu ser

Como assustada presa do deserto

Foge ao uivo do vento, pensando ser lobos

Se escondendo na largura de seus pensamentos

E estreita visão do teu poder, de tua mente

Nada buscas porque nada és

Senão aquilo que aceitastes como a tua hipócrita missão

dormir, trabalhar, comer, alimentar o corvo com tuas próprias mãos.

Negas então tua presença fazendo presente tua ausência

Fantasma do meio-dia, sombra viva da tua imponente potência

De ser caça vil, um amontoado de carne que após sugado

Fica o bagaço, o trapo jogado ao meio-fio.

Que fazes com tua existência?

És um deserto fétido do pouco que desejas então?

És teu próprio álibe, tua desculpa burra

tua tolerância, tua abnegação?

Que fazes tu com tua existência?

És tu Juiz sedento e voraz de sua consciência

Que te acusa e o condena ao inferno da aceitação?

Sois como cavalos domados e selados

Não tem mais seu próprio caminho, sua liberdade selvagem

Sua fêmea preferida, sua procriação.

angela soeiro
Enviado por angela soeiro em 06/06/2006
Código do texto: T170438