VIVESTE MAIS UM DIA!

Nem só de solo vive o gérmen

Nem de trigo, nem me intrigo

São calotas polares neste mar de miséria

À pouca, parva e séria conjuntivite da vida

Buscando mais na sala do que trazendo na ida.

São otites!

Inflamações em fleimões ensanguentados

Idéias ralas do inopioso passado

Ao que se devem os anjos

Beliscar, sorver toda a essência.

Ah, essência!

No lóbulo mais sagaz da hombridade humana

No módulo mais loquaz da iniquidade mundana

Atolo-me em atol eflorescente

A palpitar tais soluços que me rasgam o apetite.

E se eu continuar sonhando?

Vou às liras convolutas, esgarçadas

Com os braços cerrados a não tomar friagem

- sem resquício, nem aragem -

Com a úvula em polvorosa a me ensinar o que é espelho.

E, daí...

Quando eu chegar em casa

Olhar-me-ei bem dentro e direi:

Viveste mais um dia!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 29/07/2009
Reeditado em 29/07/2009
Código do texto: T1725359
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