MURMÚRIOS

Sou filho de Senador, da República não sou não,

Pois Senador do que falo, é recanto do sertão nos

Confins do ceará donde toco esse quinhão.

Sou cabra das cercanias dos sertões do ceará

Da aroeira ao pau-branco do gato maracajá, da

Jurema ao chique-chique Já tive que enfrentar.

Sou filho de Argemiro cabra bravo do sertão, um

Fio do seu bigode era uma devoção, seu legado era

Tinindo, pra ele era sim ou não.

Sou cria do mundo hostil, do taco da rapadura, sou

O farelo da cana, sou menestrel sem candura, donde

o mundo mim ensinou, tocar vida sem lamúria.

Sou a cabaça cheiinha do farto liquido da vida, sou

Cântico da passarada no momento da partida ,que

Celebram com volúpia o novo ciclo da vida.

Sou eloqüência da terra que brada nas cercanias,

pedindo por coerência ao homem forte que guia;

não desmatar a floresta, ter um pouco de empatia.

Sou o cachorro roceiro,sou rompe-ferro, Jupira, sou

Piranha sou sardinha, sou rabo grosso o caniço,

Sou perdigueiro que guia os teus passos todos dias.

Sou os soluços das secas,nas quebradas dos sertões,

Sou bornal, sou baladeira, espingarda socadeira, de

cano grosso nas mãos do astuto sertanejo que busca

sem muito sesmo , com o seu tiro certeiro o seu

bocado; o seu pão.

Eu sou o grito inane que clama por coerência, da

Criança inocente que usa de sapiência,e desfalece de

de fome pedindo á Deus por clemencia; que senhoris

do poder usem de sã consciência; e olhem para

pobreza tendo-lhes de condescendia.

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Francisco Vantuilo Gonçalves