Horas mortas

Quando o silencio da noite,
no inicio da madrugada,
cai sobre o planeta,
sejam nas planícies austrais,
ou sob brisa dos trópicos,
diz-se que são horas mortas,
assim dizia meu avô,
assim falava meu pai.
mas, diziam à nossa inocência,
bem mais que solidão,
com suas estórias surreais,
diziam existir almas penadas,
a vagar no breu da noite,
bois-tata a iluminar as roças,
e sons vindos do nada.
Aqueles rostos pouco iluminados,
nos faziam crer em desatinos,
pois ouviram antigamente,
que por traz da candeia do tempo,
mora todo o ensinamento,
que não tem eras e não tem hora!

Quando o silencio da noite,
eu sinto ao redor, agora,
ouço vozes do passado,
os risos e causos daquelas horas.
talvez, se tivesse um radinho,
e dois ou três ao redor do fogo,
repetiria os mesmo gestos,
a mesma estória, a mesma prosa,
pois nossos medos não mudaram,
e vive no silencio o que nos passaram.
Assim, como no silencio está,
as horas mortas da noite,
sepultas ao lado de nós.



texto editado

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 05/08/2009
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T1738679
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