Antipoesia
Do Inverso de todos nós
Vivem as Marias os Joões
Num cotidiano massante
Numa rotina torturante
Vêem novela e jornais
Não lêem livros, somente a bíblia
Mas em dia de missa ou culto
Como manda o figurino
Confiam nas noticias equivocadas
Não tem tempo de descobrir o que é verídico
Nem querem saber, querem ouvir e basta
Vivem cada dia como um expediente tramado
Sonham com vidas diferentes,
Mas são incapazes de sonhar com sexo ou beijo na boca,
Sonham com colegas de trabalho, sonham até que trabalham
Vivem dias sem o mínimo de emoção, sem aventuras
Sofrem dores de outros, sentem coisas alheias
E se contentam e ter uma sobrevida
E te digo, assim na cara dura
Qualquer semelhança não é mera coincidência.