[na lassidão dos olhos...]

- na lassidão dos olhos a palavra não diz, dentro do fundo aquele grito que só outro cão escuta, cão da lua a morder o tempo escorrendo... e o vento fuçando os seus cabelos, quando o corpo invade a luz a retina retinta de desejo geme, se espande se contrai, não nasce ainda, é gerado no ventre do caos qualquer coisa assim mole quente molhada cheia de movimento delicado-forte e que harmoniza o de dentro e o que pulula... não compreender é amor, olhar com admiração é o amor, querência de duas vidas sabe lá onde quando é querer amor. Nem era pra ser, é! É amor a sombra a sanha a salina o sêmem o sussuro a secura na boca a sede insaciável é amor, amor! E , talvez, amor... dê como os flamboyant uma só vez no ano, e sempre, e belo brilha vida sobre a terra, e é seiva no pistilo do peito da flor que se entreabre... é amor ser amado como a natureza que é amada e ama intensamente e nem sabe.

Alessandra Espínola
Enviado por Alessandra Espínola em 10/08/2009
Reeditado em 11/08/2009
Código do texto: T1746383