Um Raio de Sol

Quando eu morrer,
a brisa, com seus delicados dedos,
acariciará as flores que
em orvalho deixarão
cair minhas lágrimas
guardadas em suas pétalas macias
sempre que lhes segredei meus sentimentos.
As nuvens molharão o chão por onde pisei
e a chuva apagará para todo o sempre
minhas pegadas.
Os pássaros companheiros da longa jornada
cerrarão seus bicos e então
gozarei de um grande sossego,
sem cantos, sem falas,
sem mágoas, sem amor, sem nada.
Os Anjos perdidos no espaço
virão ao meu encontro,
seres etéreos, fluidificados,
visíveis apenas para minha alma cansada.
E me darão a mão
e me mostrarão o caminho
que me levará para onde a paz reina
e o silêncio impera.
E então me soltarei definitivamente em energia
e serei apenas um raio de sol
a iluminar sua janela.