SEM DESTINATÁRIO

A fagulha errou pelo firmamento

Airbus, meteoro

Urubus

Vírus de porcos, de humanos

Desumanos pelo parlamento

Num intento

O vento

O avião caiu

Os destroços da nave

Dormi ao relento

Meu teto apenas o céu

Para ouvir

Luiz Gonzaga ou Ravel

Uma chaga, uma praga

Um lamento

Uma bomba

Guardada em meu armário

Um poema que irradiou

Sem cabeçalho

O veneno endereçado

Sem destinatário.

JOEL DE SÁ

12/08/2009.