Depois do Amor Eles dormem...

Depois do Amor Eles dormem

Não deveriam, mas dormem. Jamais entendi este cansaço que se apodera dos homens depois do amor. Quando muito, uma prosa amiudada, entrecortada por bocejos do sono irresistível e inadiável. A primeira vez que fiz amor,Ele, sem me avisar- adormeceu, deixando-me ainda plena de languidez, confesso, chorei. Com o passar da vida, percebi que os homens têm essa peculiaridade comum entre si. Vão-se de nós como se não sentissem que o paraíso ainda está em nosso corpo, em nossa alma. Num momento tão único – onde todas as fêmeas do mundo se encontram incorporadas em nossas peles de Lobas-mulher. Nos tornamos anjos,vestais, messalinas, quando nossas almas bailam num palco de bailarinas. È quando reina uma maravilhosa serenidade que se assemelha à das doces manhãs de primavera. Alegria nos lábios -... toda alegria quer quase eternidade. Eternidade de um sol matutino saindo por detrás dos montes.

Não sabem o que perdem. Perdem a hora da estrela. Perdem a tessitura dos sonhos que em nosso olhar se instala - o cheiro jasmim que nossa pele exala. Perdem o melhor da mulher, por Eles amadas. O depois, onde a rosa rubra em seus matizes mais variada desprendem um Orvalho. Orvalho de nascentes frescas. Um perpetuar de êxtase de aconchego que aquece, do abraço que afaga, da ternura que embriaga. E Eles dormem!

Ah, se soubessem jamais dormiriam tão apressados! ficariam despertos...só assim, poderiam caminhar por sonhos, nunca imaginados. Enquanto transbordamos fertilizadas. Mas...

Dormem placidamente – extenuados e com um sutil sorriso de satisfação. Sem se importar se estamos ainda fecundando vida, por eles, dentro de nós derramada...

Fátima Pessoa

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Poética
Enviado por Poética em 21/06/2006
Reeditado em 25/06/2011
Código do texto: T179745