Não Depilem a Malvadinha

Não depilem a malvadinha

Ela anseia juízo, ternura, acalmadinha

Quando muito uma carícia leve

Uma aparada e delicada escovadinha

Não desfolhem esta rosa onírica

Esta orquídea lírica, cheia de esplendor

Quando cuidadinha e atiçadinha

É o vinho raro em coquetel de amor

Não descuidem da mimosinha

Jardim de graça e mais puro encanto

Onde eu passeio os meus pecados

Em riso, gozo e acalanto

Não devastem esta floresta única

Que protege o manancial do amor

O pelinho é o toque angelical

Como o espinho protegendo a flor

Não baguncem com a encrenquinha

É nela que o poeta encanta o verso

Foi feitinha e ornamentadinha

Pelo grande escultor do universo

Não profanem minha queridinha

Que foi feita assim cabeludinha

Forradinha, perfumadinha, discretinha

Rainha, acima de qualquer rainha.