Pafúncio
Os passos do meu coração levaram-me até você.
E durante o caminhar, encontrei orquídeas, músicas, champanhes.
Dentro de tudo, existia a esperança do amor tanto aguardado.
E no brilho da tua mão estendida resolvi passear entre a escuridão certa, e a luz da incerteza.
Debrucei-me entre chamas, e deitei-me no meio dos teus sorrisos e doçuras.
Perfeito pássaro, que saía a voar entre a solidão e a multidão, e levava-me junto ao paraíso das delícias.
Piando e voando finalmente pousa no meio do seu ninho dourado, rodeando-me toma conta da minha alma.
Vislumbrei ouro, diamantes, reformulações, tudo existia no seu mundo, que já me era dado.
E nisso, jogo-me confiando nas tuas asas, e caio já em cima de ti, para ser, fazer-me, voar.
Já pelos seus passos, e segura pelas tuas garras, estou no comando.
Começo a debater-me e quero soltar-me de ti, mas já te viras como monstro, e me perco nas tuas nuvens, como voltar se eras tu que me guiavas?
Preciso achar-me no meio desta escuridão, nem que sejam os teus olhos faróis, e o teu cheiro escape.
Onde está o sentimento que guiava este pássaro? Eu o vi, e enxerguei que nele existia o amor eterno, mas desistiu de acreditar, parou o vôo.
E deixando de crer, não tem como voar, e assim o destino não realizar.
Então, resta-me tentar sozinha, mesmo estando contigo nas minhas entranhas, terei que te arrancar, mesmos sabendo que não queres, pois só assim, decolo.