Netuno
12 de julho de 1998
1 hora da tarde
Netuno
“Alugo solidões, empresto medos.” Iksys
Não sei se é fome de pessoas a minha louca fome.
Em um determinado e esquecido canto de minha alma
Existe um homenzinho que desejaria demais conhecer o mundo.
Se saísse um dia, admiraria à princípio, o céu de minha boca.
Após, sairia em festa em meio à multidão, beijando todos; amando todos.
Cansar-se-ia a um tempo, então subiria como foguete.
E lá longe, no espaço solitário, pediria informações ao sol
Sobre suas irmãs espalhadas pelo universo.
Iria um dia, quando já bem velho estivesse, morar em um planeta qualquer.
Nunca + voltaria e eu teria que aprender a viver sem alma...
Mas está em mim e eu não consigo vê-la, senti-la.
Sei apenas que é azul quando falo de flores
E que é cinza quando falo de cocôs.
Mas quando durmo, ou quando a monotonia me robotiza.
Qual será a sua cor?
“Poesia nunca é esperança. Apenas conforto.” Charnay
Se um dia eu sair desse parquinhodiversões e em Netuno chegar,
Saberei que não há segredos.
As respostas nascem antes das indagações.