AQUELA NOITE

Com a luz acessa ela olhava dentro dos meus olhos e sem nada falar dizia tudo o que o sentimento deixava transbordar: carinho. Sim, um carinho puro e tranquilo despido de conquista ou sedução. Nada mais havia além dos dois pares de olhos que se conheciam, preparados pelo passado de uma longa espera, onde o entender seria sem palavras, sem gritos ou satisfações. Nada de cobranças ou dúvidas, apenas a entrega de se deixar ser no outro, busca de encontro de almas, transcendente de quereres, sentido amplo de confluência quando o encontro já estava programado. Sentia-se rio se permeando no mar, sem invasão, sem medo, ser urgência, indo como caminho natural.

Nossos olhos no espelho, nossas almas na luz, nossas bocas no silêncio, nossos corpos no vácuo deixado pelo sentimento que se reconheceu e se fez naquela noite.

CrisLima
Enviado por CrisLima em 16/09/2009
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