Cata-vento

Poderia parafrasear tantos mil... Colher do texto alheio o dia ainda corriqueiro...

Sonolento alento... Palavras de um acordar nem tão cedo.

O sonho estelar... A hora marcada... E o destino a caminhar... Sem palavras.

Comendo-me por dentro o juízo... Aquilo que acredito.

Voltas e voltas... Galopes do peito em movimento... Curvas... Músculos... As pernas falham com o tempo... Arrastam-se os dias...

Sou mais uma maria...

E, entre os jornais, molhamos a terra... O rabiscar de coisas seletas...

Quem diria que o dia acordaria na nossa existência.

Entre meras entrelinhas, está a nuvem a rodear os caracóis... Um finito desenho... Um entremeio.

Sal das esquinas... O acumular das vitrines... E o livro ganha o rumo definido... Páginas, nas quais dedilho.

E as mãos abrigam os seios... O desafio de respirar. Agarra-se o pescoço. Embaraçam-se os nós... Seguimos nós.

Subir a montanha da tua sorte... Da tua morte, colher lençóis... A árvore que desejas guia... Meu vento que retirará a forma que tenho agora...

Não existo mais...

O que vês é o que a ti pertence... E sopro para outros mares.

Estruturaremos a melancolia... Encontrar-te-ei, nas gotas da melodia... Secarei as lágrimas do teu sono com a língua...

Eternos sejam os versos da minha boca... Eternas sejam as notas...

Salpicar os dedos... Amar os arrepios... Algum vestígio... meu cata-vento.

Exijo ao dia salutar a emersão das gotas do teu suor...

Sal das esquinas... O acumular das vitrines... E o livro ganha o rumo definido... Páginas, nas quais tu dedilhas.

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