CARTA A UM POETA!

Pois é, meu caro amigo poeta, eu e você somos iguais, aliciamos, convidamos, acariciamos com toques delicados, vamos aproximando e nos aproximando das musas, deixando-as aprisionadas em nossa teia de poeta e de homem.

Sentimo-nos duplamente satisfeitos, o poeta, por perceber que conseguimos encantar,     cativar atenções, conseguimos deslumbrar, que nos dêem um pouco de auto-estima também. Como homem, ficamos nos sentindo fortes, amados, assim, vamos sendo incentivados a compor mais e mais, para isso, precisamos de idéias, de vidas, de amores e de dores. Às vezes, podemos até forjar algo, uma briga, para que no auge do sentimento, possa surgir uma nova poesia.

Fazemos sofrer e esses corações por vezes, nos fazem sofrer também, elas algumas vezes entendem que, somos intocáveis, depois de sonharem bastante, percebem que somos mesmo poetas e não queremos nada mais, do que fazer poesias.

Entendem que estão sendo usadas, como instrumento do nosso trabalho, instrumento das nossas necessidades poéticas e como chegam, se vão, sem dar explicações, muitas vezes, nem sentimos muito a falta, em algumas sentimos, choramos, sofremos.

Mas em uma e outra vez, o feitiço pode virar contra o feiticeiro e somos nós que ficamos presos, nos embolamos em nossas próprias teias, ficamos desarmados à mercê do amor, do sentimento que sentimos, aí, mais do que nunca sofremos e mais poesias fazemos, uma mais linda do que a outra, afinal vivemos disso, precisamos disso... Somos Poetas!

Da próxima vez, que conversar com Deus, pedirei outra vez, tudo que já pedi, mas, vou incluir mais um pedido:
A todos que forem reservado a condição de poeta, que lembre que, poetas sofrem, e os façam daqui pra frente, ao menos com dois corações. Poetas precisam de um coração para bombear o sangue para alimentar o corpo e um outro, para guardar todos os sentimentos, que lhes nutri a alma.

 
Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 28/06/2006
Reeditado em 20/10/2020
Código do texto: T184129
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